12 de abr. de 2012

GANHAMOS DUAS CRÔNICAS

A vida é igual andar de bicicleta. Pra manter o equilíbrio é preciso se manter em movimento.
Albert Einstein

Lendo a crônica Cidade das Bicicletas escrita pela nista Clarice  Steil,  resolvi ler e trabalhar com  o tema em sala de aula. Debatemos e resolvemos comentar  enviando os comentários para a cronista. Para nossa felicidade, ela gostou e resolveu fazer uma crônica para os alunos da E.M. CAIC Mariano Costa ( 7ºC e D) e 8 ºano (  E .)  E.M  Anna Maria Harger. O escritor  Luiz  Carlos Amorim leu, gostou e fez algo muito especial para nós.
Obrigada aos meus alunos,Clarice e Amorim.


Confira.


Cidade das “bikes”
Recebi um lindo presente: 74 cartas de alunos comentando a minha crônica “Cidade das bicicletas”. Com a leitura e incentivo feito pela professora Mariza, os alunos escreveram o que pensavam a respeito sobre andar de bicicleta em Joinville. Emocionei-me ao ver os textos com caneta colorida, sempre em cartas desenhadas, com figuras, adesivos e dobraduras. Então, peço licença para escrever uma crônica cheia de citações e contar algumas coisas que aprendi...
Aprendi que em determinado momento da vida, as bicicletas podem ser chamadas de “nossas amigas”, e que mesmo usadas, enferrujadas ou emprestadas do pai ou da mãe, é possível “viver muitas aventuras” com elas. Como um dos narradores falou, o fascinante é que quando somos crianças e não sabemos ainda andar, a gente pode dar algumas pedaladas e cair, mas não desistimos e quando conseguimos andar não queremos mais parar!
Aprendi que como em Amsterdam, “em Tóquio, no Japão também é assim, tem bicicleta para tudo quanto é canto”. Que precisamos de “mais ciclovias”, pois “o ciclista é obrigado a andar na rua e correr o risco de sofrer um acidente ou na calçada que é lugar de pedestre”. E que “eu entendo porque as pessoas usam os carros” e, portanto, precisamos ver a situação de vários ângulos pois “é verdade que os carros não respeitam, mas [...] também avistamos alguns ciclistas usando a rua como ciclovia sendo que a ciclovia está do outro lado”. É preciso ver que “na cidade tem que ter carro e moto e bicicleta, mas eu acho difícil Joinville ser a cidade das bicicletas porque é muito fácil financiar um carro ou uma moto”.
Andar de “bike” é “um ótimo exercício físico”, “emagrece”, “é um lazer muito divertido”, “moderno e barato”, “deixa o trânsito melhor”, é um “esporte fascinante”, “gentil com o meio ambiente” e “até às vezes romântico”. Ela nos traz uma “sensação de liberdade, tranquilidade e prazer”. Com bicicleta teremos “mais paz e menos acidentes”.
Também li muitas histórias de acidentes com bicicletas, onde motoristas xingavam os grandes e pequenos ciclistas ou fugiam após um atropelamento. A indignação esteve presente nessas histórias: “nestas horas que percebo como o país em que vivemos pode ser desigual e ignorante”. Num desses relatos uma narradora me fez um pedido... que eu ajudasse a escrever que “tudo o que nós estamos vendo é mentira e que nada aconteceu”. Infelizmente não posso ajudar nisso. A verdade é que “as pessoas têm que ter educação não só no trânsito como também em outros lugares”.
Num dos envelopes havia uma frase que dizia “tomara que você consiga fazer uma Joinville com mais bicicletas”. Eu não tenho esse poder, mas com tantas cartas juntas com certeza já ficamos mais fortes. A bicicleta deve ser valorizada, pois é “algo que fez e poderá continuar fazendo nossa história”. Gostaria de agradecer pelas palavras de carinho e dizer que “eu amo pedalar, é muito bom ficar com o vento no rosto”.



blog CRÔNICA DO DIA - Http://luizcarlosamorim.blogspot.com

segunda-feira, 9 de abril de 2012


AS BICICLETAS DA CIDADE

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


O assunto da crônica de hoje em um jornal de Joinville são as bicicletas. Joinville já foi a Cidade das Biciletas. Hoje, nem tanto. Com o trânsito conturbado, os operários já não andam mais de bicicletas, eles têm de pagar o ônibus, mesmo.

Pois a cronista, Clarice Steil retoma o assunto, pois já havia escrito uma crônica com o título de “Cidade das Bicicletas” no dia 12 de março, logo após o aniversário de Joinville. Ela voltou a falar das bicicletas em Joinville, porque a professora Mariza Schiochet, minha amiga e conterrânea, fez uma trabalho em sala de aula, com suas turmas, e os alunos enviaram à Clarice nada mais, nada menos do que 74 cartinhas falando do que eles pensavam e sentiam a respeito do assunto. E ela escreveu uma belíssima crônica, aproveitando trechos das cartas.

Eu sei bem do trabalho da professora Mariza, ela faz milagres em duas escolas da cidade. Ela trabalha com textos de escritores da terra e depois os convida para ir lá, conversar com os seus alunos. E eles fazem de tudo com o texto da gente: eles recriam tudo, dando a sua versão do que foi lido, a sua interpretação, fazem teatro, vídeos, músicas, livros, poemas, entgrevistam a gente, é um sem fim de criatividade. E competência da professora. E depois a gente recebe os trabalhos, eu até já fiz crônica com alguns dos trabalhos que recebi. É muito gratificante ser alvo da professora Mariza e dos alunos dela.

Então fui procurar, no jornal, a crônica do dia 12, que eu não havia lido, para entender o começo da história. E constatei que Clarice fala da mobilidade na cidade, que anda péssima, como na maioria das médias e grandes cidades, da falta de ciclovias, da falta de respeito dos motoristas para com as ciclovias, onde elas existem.

Transcrevo um trecho da crônica: “Gostaria de dizer que quando eu ando de bicicleta eu cuido do ar que ela e seus filhos respiram. Quando eu ando de bicicleta, o trânsito fica mais aliviado para todos. Também ajudo a economizar os gastos públicos com saúde, a aliviar os espaços de estacionamento, a divulgar um meio de transporte que também é fonte de lazer, a poupar tempo e dinheiro.” Fiquei entusiasmado com o texto e não poderia deixar de mostrá-lo para meus leitores, pois eu ando a pé, ando o mínimo possível de carro e me dei conta de que também faço o que ela menciona acima.

Os administradores de nossas cidades precisam priorizar as ciclovias, tão escassas em todo lugar. Precisamos cobrar isso, pois é um direito que temos, já que o dinheiro público sai dos impostos que pagamos e, como a cronista escreveu, andar de bicicleta é cuidar do meio ambiente, pois com menos carros nas ruas, diminui a poluição, melhora a mobilidade, diminui os acidentes, etc, etc. Nossos prefeitos deveriam ler, todos eles, as duas crônicas de Clarice.

Parabéns, minha querida cronista. Sou seu fã. Parabéns, professora Mariza. Parabéns, alunos da professora Mariza. Vocês todos são geniais. Joinville não seria a mesma sem vocês. Aliás, Joinville não é mais, mas pode voltar a ser a Cidade das Bicicletas. Tenho saudade dos tempos em que podíamos ver muitas, muitas bicicletas pelas ruas da cidade. Essa imagem que pode parecer romântica, mas na verdade é uma opção de sobrevivência das nossas cidades, tem que ser resgatada. Para o bem da cidade, do planeta, para o bem de todos nós.
                         **************************************




4 comentários:

MA FERREIRA disse...

Parabéns a todos os envolvidos..
a professora, aos alunos e ao Luiz.
Que bacana..
Um beijos a todos!!

Leonel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Leonel disse...

Um belo reconhecimento pelo engajamento e civilidade que sempre demonstras, Mariza.
Infelizmente, o crescimento desordenado das cidades, às vezes em direção equivocada, torna praticamente inviável o uso da bicicleta como meio de transporte nas grandes metrópoles atuais.
Mesmo Joinville, reduto tradicional das bikes, tem encontrado dificuldades.
Mas, eu faço uma aposta que, após o colapso do trânsito, que ocorrerá provavelmente em meados deste século, as cidades (e indústrias) terão que ser reformuladas em função dos transportes.
Os poluentes e pouco eficazes automóveis não terão lugar nas metrópoles do futuro. Um novo conceito nos sistemas de transportes coletivos será responsável pelo deslocamento dos passageiros, e então haverá espaço para as limpas e saudáveis bicicletas, com ciclovias seguras e bem distribuídas!
Quem viver verá!
Abraços, Mariza!

Moisés de Carvalho disse...

Tenho saudade de quando eu morava no rio de janeiro. lá era mais fácil pedalar uma bicicleta . aqui em são paulo o transito é caótico e acidentes com bicicletas são muito frequentes . por aqui não existe ciclovias , dificil encontrar um bairro para essa pratica sem correr o risco de ser atropelado por algum automóvel .mas seria uma ótimo solução para desafogar o transito .

Parabéns por essa bela postagem,Mariza !

Um beijo grande ,querida !